quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

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POLICIAL MILITAR E POETA

02/01/2013 18h30 - Atualizado em 02/01/2013 21h17

Soldado cria poema para registrar ocorrência de entrega de arma em MG. Ele se inspirou com a história de um pai que queria tirar o filho do crime. Polícia Militar disse que ele feriu norma e deve ser ouvido por uma comissão.

Pedro Triginelli*Do G1 MG

Um Policial Militar encontrou um jeito diferente de preencher um Boletim de Ocorrência (BO) em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele criou um poema para descrever a história de um pai que tentava tirar o filho do mundo do crime, sem entregá-lo à polícia. O G1 teve acesso ao BO nesta quarta-feira (2).

No dia 28 de dezembro, um pai contou à polícia que o filho guardava uma arma em casa. Ele explicou que não queria vê-lo preso e, por isso, queria deixar a espingarda em um local determinado.

No local combinado, os militares encontraram a arma. Depois disso, o policial responsável pela ocorrência escreveu os versos. Em um dos trechos, ele pede que o delegado aceite o boletim escrito de forma diferente:

Em memória daquele velho da distante joazeiro
Que entregou tão bela arma
Sem querer glória ou dinheiro
Fiz esse relato em verso.
Ao doutor delegado peço
Que o receba, por derradeiro.

Em outra parte do poema, o soldado diz que o pai deve estar em paz com a consciência:

Recolhemos a tal arma
sem força ou resistência
O velho cumpriu o trato
Sem gastar uma insistência
O velho nunca mais vi
Deve estar por ai
Em paz com a consciência

A assessoria de imprensa da PM informou que o militar vai ser ouvido por uma comissão. Caso seja constatado que ele feriu alguma norma, o soldado pode ser punido. Ainda segundo a assessoria, ele não respeitou uma norma institucional de técnica de redação de documentos militares.

*Colaborou com esta matéria Laura de Las Casas

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