quarta-feira, 10 de abril de 2013

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DIRETORES DO PRESIDIO DE SACRAMENTO/MG INVESTIGADOS POR TORTURA E

MPMG e Estado apuram, ainda, denúncia de prevaricação, abuso de poder e uso indevido da viatura.

Diretor de segurança teria mandado que preso recapturado fosse levado a pé para a cadeia

Publicado no Super Notícia em 10/04/2013 

O diretor geral e o diretor de segurança do Presídio de Sacramento, na região do Triângulo Mineiro, estão sendo investigados pelos crimes de tortura, prevaricação (quando um servidor público falta com seu dever), abuso de poder e uso indevido da viatura do presídio. A denúncia foi feita por agentes penitenciários e está sendo apurada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e pela corregedoria da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds).

Segundo a denúncia de um dos agentes penitenciários, que pediu anonimato, um detento sofreu agressões tão violentas que chegou a ser transferido por dez meses para o Presídio de Patrocínio, no Alto Paranaíba, até que ele se recuperasse. Ele teria sido espancado a mando dos diretores, após ser recapturado durante uma fuga, em janeiro de 2011.

"Ele mandou que a gente fosse atrás do preso. Quando encontramos o detento, pedimos a viatura, e ele (diretor de segurança) disse que não mandaria. Ele nos ordenou levar o preso a pé, que era para todos da cidade verem como ele tratava fugitivos. O preso foi literalmente arrastado pela cidade", disse o agente. A recaptura dos presos é função da Polícia Militar. Os diretores, ainda segundo o agente, ordenaram que o espancamento continuasse quando chegaram ao presídio. A mãe do detendo confirmou as agressões e disse que não as denunciou porque foi ameaçada pelos suspeitos. 

A promotoria já ouviu o detento, mas, segundo a assessoria do MPMG, detalhes da investigação serão mantidos em sigilo. Outros quatro presos também teriam sido torturados com spray de pimenta, chutes e socos. 

Abuso

Além da tortura, os agentes denunciam que os diretores ordenavam que eles dirigissem para a ex-mulher de um deles e entregassem marmitex na casa deles, tudo com a viatura, em horário de serviço. Eles seriam forçados a trabalhar mais de sete dias, sem folga, e o ponto de trabalho também seria adulterado para que o domingo de traballlho não fosse pago.

"Se não fizéssemos o que eles pediam, nos ameaçavam dizendo que quem fosse contra seus pedidos seria demitido. Além disso, os agentes que não concordavam com as ordens recebiam apelidos", disse outro agente penitenciário.

O prefeito Bruno Scalon Cordeiro (PSD) enviou um ofício à Seds pedindo uma apuração. A secretaria informou, por meio da assessoria, que não se pronunciará até o fim das investigações.

13 agentes exonerados

Desde que os diretores assumiram a direção de segurança e geral do presídio, em abril e setembro de 2011, respectivamente, 13 agentes foram exonerados do cargo. Eles alegam que foram retirados do cargo porque não concordavam com a conduta dos diretores e se negavam a fazer favores pessoais a eles.

A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou que não houve demissões, mas extinção do contrato para a realização de concursos públicos. (NO)


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