A Polícia Civil retomou as investigações e já sabe, inclusive, quem são os responsáveis pela morte do agente prisional. Ao G1 , a delegada da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que comanda as investigações, Anaíde de Barros, afirmou que ouviu detentos, agentes prisionais e policiais militares. “As provas documentais, a perícia e as oitivas realizadas já dão para elucidar o que realmente aconteceu naquele dia”, afirmou.
O inquérito, no entanto, não foi concluído, segundo Anaíde, porque uma testemunha ainda precisa ser ouvida. “Nos próximos 10 dias eu creio que vou encerrar esse inquérito e vamos divulgar quem são os responsáveis pela morte do agente”, destacou.
O inquérito, no entanto, não foi concluído, segundo Anaíde, porque uma testemunha ainda precisa ser ouvida. “Nos próximos 10 dias eu creio que vou encerrar esse inquérito e vamos divulgar quem são os responsáveis pela morte do agente”, destacou.
O motim ocorreu quando os presos dos raios 2, 3 e 4 deixavam as celas para serem atendidos pela Defensoria Pública e pelo setor clínico da unidade prisional no dia 20 de junho de 2011. Um grupo de 25 reeducandos iniciou o motim no corredor central da unidade e fez refém três agentes prisionais, entre eles, Wesley Santos que atuava no terceiro plantão na unidade.
A morte de Wesley causou polêmica e estranhamento entre as instituições da segurança pública de Mato Grosso por conta de divergências na causa da morte da vítima. O então secretário de Gestão Penitenciária, José Antônio Chaves, deixou o cargo um dia após ter afirmado que o agente teria sido morto por disparo de espingarda usada pela Polícia Militar. “Só os PMs estavam com esta arma”, afirmou o secretário à época.
A declaração de Chaves contrariou a conclusão de um laudo divulgado pelo Instituto Médico Legal (IML) dois dias depois da morte do agente. O documento concluiu que um golpe de arma artesanal atingiu o coração de Wesley e a agressão teria sido preponderante para a morte dele. Em decorrência do golpe, segundo o laudo, o agente perdeu muito sangue e morreu.
A declaração de Chaves contrariou a conclusão de um laudo divulgado pelo Instituto Médico Legal (IML) dois dias depois da morte do agente. O documento concluiu que um golpe de arma artesanal atingiu o coração de Wesley e a agressão teria sido preponderante para a morte dele. Em decorrência do golpe, segundo o laudo, o agente perdeu muito sangue e morreu.
Dois meses depois do fato, outro laudo elaborado pela Criminalística da Polícia Civil apontou que não foi encontrado sangue do agente nas armas artesanais supostamente utilizadas para matar Wesley. AoG1 , a delegada Anaíde de Barros preferiu não revelar se um novo laudo foi feito para confrontar as conclusões dos anteriores.
Além do agente, o reeducando Uenes dos Santos, de 22 anos, também morreu durante o motim na penitenciária. Conforme informou o laudo do IML, a morte foi causada pelo tiro disparado da escopeta de um dos policiais militares que tentavam acabar com o motim. Ele morreu por perda excessiva de sangue.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários de Mato Grosso, João Batista, a pergunta que ainda falta ser respondida é de que forma o agente prisional foi morto. “É interessante saber como ele morreu. Eu não posso provar, mas se ele tivesse sido morto pelos presos a morte teria um peso. Os presos alegaram que não foram eles. Se for comprovado que o tiro partiu da PM é diferente porque o disparo não foi proposital porque os PMs estavam tentando tirá-lo das mãos dos presos”, explicou Batista.
Ainda para Batista, a morte de um agente prisional durante um motim, que não acontecia desde 1989 reflete a falta de estrutura do sistema prisional. “Na Penitenciária Central existem dois mil presos que são vigiados por apenas 15 agentes. Mesmo com a morte do Wesley, a insegurança e a superlotação ainda continuam”, destacou o representante dos agentes prisionais.
Indenização
Dona Dirce tenta provar na Justiça há mais de um ano que tem direito à pensão no valor de R$ 886 pela morte de Wesley. Doente e sem renda, ela disse ao G1 que dependia da renda do filho para viver. “Ele era meu único filho solteiro. Não deixou filhos e me ajudava muito em casa. O estado quer que eu prove que ele me mantinha financeiramente. O Wesley sempre me ajudou. Quando não trabalhava vendia picolé na rua para ajudar em casa”, afirmou.
Indenização
Dona Dirce tenta provar na Justiça há mais de um ano que tem direito à pensão no valor de R$ 886 pela morte de Wesley. Doente e sem renda, ela disse ao G1 que dependia da renda do filho para viver. “Ele era meu único filho solteiro. Não deixou filhos e me ajudava muito em casa. O estado quer que eu prove que ele me mantinha financeiramente. O Wesley sempre me ajudou. Quando não trabalhava vendia picolé na rua para ajudar em casa”, afirmou.
A família ainda entrou na Justiça com um pedido de indenização contra o governo de Mato Grosso. Na ação, a mãe da vítima pede R$ 283 mil como reparação. "A Justiça tem que ser feita. Quem tirou a vida dele tem que ser punido", finalizou a mãe da vítima ao G1 .
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