domingo, 1 de junho de 2014

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UM POUCO DO QUE A MAIORIA DA SOCIEDADE "DESCONHECE"


Quando a chuva é intensa e a escuridão imensa, essa é a hora ideal.
Comandos, Brasil!

Maio, clima frio da noite de um belo sábado de 2014.

Eu e minha amada esposa estamos no aconchego de nosso lar conversando, sorrindo de coisas banais ao assistir a um filme; havíamos planejado ir a um restaurante e já estava na hora de nos aprontar para isso.

De repente meu celular toca. Do outro lado da linha é um de meus brothers, codinome: "Golf", do Grupo de Intervenções Rápidas do Sistema Prisional. Ele informa que fomos acionados a “AGIR” para controlar uma crise instalada por presos da unidade prisional local.

Fim dos planos de final de semana.

Rapidamente pego meu equipamento operacional, nada além do necessário; abraço minha amada, tento tranquilizá-la, beijo-a apaixonadamente e nos despedimos. A tensão sempre aparece, mas, com o passar do tempo, nossas famílias aprendem a conviver com emoções adversas. Entro no meu Classic 94, 2.0 e acelero em direção à confusão.

Nessas horas é preciso ter tranquilidade, sangue frio e muita habilidade para vencer o trânsito sem colocar vidas de terceiros em risco. Não dá pra seguir em velocidade comum porque a possibilidade de agravamento da crise é real.

Enfim, chego ao QTH de muriçoca - local da crise - onde, juntamente ao restante do pessoal tático, equipamo-nos com o equipamento de ação.

Todos estão cheios de vontade para cessar a balburdia criminosa, e isso fortalece o grupo mutuamente.

Antes de entrar, saudamos a Deus com nossas orações pedindo que Ele guie todos os nossos atos e palavras.

Os presos berram gritos ameaçadores, tentam quebrar as celas com chutes, ameaças de todos os tipos contra agentes de segurança, Diretores e Magistrados; o barulho é ensurdecedor.

É nessa hora que comprovamos o que já foi provado: o caráter de quem está conosco "ombro a ombro", nenhum tremor, nenhum temor; tudo o que se vê nos olhos dos honrados guerreiros é a força de caráter e a vontade de "chegar chegando":

Finalmente ouvimos a tão deseja ordem para avançar:

A granada de efeito moral anuncia nossa entrada, seguimos em célula tática.

Os presos foram silenciados, porém, para eles, é tarde demais.

Cela por cela, o bloco foi sendo reconquistado e os criminosos foram sendo direcionados ao pátio.

A cada cela que abordávamos, víamos destruição generalizada, material do Estado destruído, rasgado e queimado; parede quebrada, etc..

A célula tática continua avançando e o território vai sendo retomado.

O último criminoso é colocado no pátio; o guerreiro cujo codinome é PAPA dá o sinal de vitória: "DOMINADO!" e todos os Agentes respondem em uníssono: "DOOMINÁADOO!!". A primeira parte da missão foi cumprida com êxito.

Três horas da manhã do dia seguinte, todos os amotinados estão no pátio e todas as celas foram revistadas.

Os presos ouviram todos os mandamentos legais que legitimaram a ação do Estado através dos Agentes de Segurança;

Os presos ouviram, também, todas as orientações quanto à preservação da ordem e da disciplina prisionais; posteriormente, foram realocados em suas celas.

O cansaço não tira nossa satisfação pelo devido cumprimento do Dever:

Mais uma vez preservamos a segurança pública.

DOMINADO!
Codinome do Autor: PAPA

Há muito que se fazer para apagar o mito que ainda reina entre a população quando se fala sobre o serviço de Segurança Prisional. A grande maioria da sociedade alimenta crenças pré-históricas sobre esse tema.

É preciso fazer um trabalho informacional público, através da mídia em geral, para que a sociedade saiba que não existem mais carrascos nem carcereiros; 

Que atualmente o que há, são Profissionais de Segurança Prisional qualificados e treinados para custódia de presos.

Tais profissionais são pessoas inteligentes, com visão humanizadora, bem formados com cursos de graduação, pós-graduação, doutorado, mestrado, e outros, em diversas áreas, além das qualificações estritamente profissionais.

Porém, infelizmente, apenas os próprios profissionais de segurança prisional enxergam essa realidade e vêm a importância desse tipo informação chegar ao público.

Quem está levando vantagem com a DESINFORMAÇÃO social sobre o atual perfil profissional e pessoal dos ASPENs?

Será que usam essa desinformação para ter a quem culpar pelas falhas institucionais?

Esse texto relata um pouco do que profissionais de segurança prisional vivem, e que apenas alguns, dentre os que não fazem parte da profissão, chegam a saber.

Deus Abençoe e Proteja todos os profissionais de segurança prisional e suas famílias.

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